BRISAS AMARGAS DO TEMPO

Já se abate ao chão teu ser sereno
Tua face, antes rubra,
Pálida agora é;
Teu sorriso levado pelo vento,
Por brisas amargas do tempo,
Lembrança apenas agora é.
 
Já se abate ao chão teu ser sereno.
Teu olhar, fogo brilhante e profuso,
Apenas brasas agonizantes agora;
Margeadas de impiedosas cinzas,
Por brisas amargas do tempo,
Lembrança apenas agora é.

Já se abate ao chão teu ser sereno.
Teus gestos,
Antes agudos e frios,
Mornos agora são;
Obtusos se tornaram,
Por brisas amargas do tempo,
Lembranças apenas.

Já se abate ao chão teu ser sereno.
Tua figura robusta
Lentamente se desfez;
E agora calmo e silente,
Aceitas o caminho desenhado
Por brisas amargas do tempo;
Lembrança apenas serás.

1506114N (primeira estrofe)

0907117T

Comentários