2108051M
Lua, olho pra você...
E gostaria, se você falasse,
De lhe dizer
Pra falar pro meu bebê
Que Deus a ama...
Se você falasse,
Poderia encontra-la
Onde está agora
Descansando em seu leito de dúvidas e temores
E contar pra ela
Que não há motivos para pranto
Não há motivos para medo
Que Ele está apenas esperando
Que ela abra os olhos
E olhe pro lugar certo
Lua, se você falasse
Eu queria que você contasse
Ao meu bebê que descansa agora
Que o temor perto dEle não existe
Que Ele não quer vê-la triste
Que o medo e a dúvida são vestes
Que Ele não teceu
Mas que ela escolheu
Para se esconder
De algo que não sei.
Lua, se você contasse
Talvez meu bebê acreditasse
Porque eu já contei
E meu bem não creu.
Você, que brilha no céu muitas noites por ano
Que vê rostos aflitos e amargos
Que vê sorrisos débeis e profanos
Que ouve gratidão e lamentos
Talvez pudesse convencer o meu bebê
Que só Ele pode trazer alento.
Lua, com seu brilho prata
Se com tua voz não podes faze-la ouvir
Ao menos com teu brilho vem impressiona-la
Com a verdade inconteste
De que alguém que te fez tão bela
Não pode com o medo querer revestir
Não pode com a justiça querer oprimir
Não pode com a dúvida um vestido urdir.
Lua, poucas vezes olho para ti
Mas meu ser freme de tristeza
Ao saber que meu bebê não crê
Ao saber que ela não te vê
Como uma prova dAquele que a ama.
Conta pra ela, se falas
Que o amor dEle é quem te fez brilhar
Que a sabedoria dEle é quem te fez estar
Iluminando o leito dela pela janela
Noites e noites velando
Como alguém aguardando o despertar
De alguém que, doente, se põe a chorar
Até que é vencido pelo cansaço.
Lua, põe-te a falar
E conta pro meu bebê
Que Ele fez a mim e a você
Que Ele está ansioso pra encontra-la
Esperando a tempos pra abraça-la
E mostrar a ela que o medo foi uma escolha
Um engano, uma ilusão que já se desfaz.
Lua, fala pro meu bebê,
Pois minha voz já se calou
Meu olhar se acabrunhou
Ao entender que ela não entende
Ou não quer entender
Que Ele é a
única maneira de viver...
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